Como viver o sagrado feminino depois de uma histerectomia?
Quando entramos em contato com a energia do sagrado feminino, fazendo o resgate da sacralidade de nossos corpos e de nossa energia autêntica como mulheres, aprendemos a celebrar nossos ciclos mensais e nosso útero. O útero é o grande centro energético feminino, o lugar onde podemos criar e gestar não apenas crianças humanas, mas todos os nossos projetos, nossos relacionamentos, nossos rumos, nossas crias mentais.
No entanto, mesmo vibrando e trabalhando com nossos ciclos aprendendo a amar e respeitar nossos corpos de fêmea, não estamos blindadas contra problemas hormonais, cistos, miomas e até câncer. A ferida feminina é muito antiga e muito profunda, e tantas vezes vivemos essa ferida fisicamente em nossos corpos.
Mesmo quem não descobriu ainda esse caminho da sua sacralidade, pode ficar atônita e perdida ao receber a notícia de que precisará passar por uma histerectomia. São muitas as emoções e os estigmas que acompanham a ideia de uma mulher que perdeu seu útero: há uma sensação de mutilação, de vazio, de uma perda tremenda e irreparável, há o alívio de não ter mais os sintomas graves a cada sangramento, há o alívio de não ter mais o sangue todos os meses – e pode haver também o luto da perda desse ciclo, desse tempo mensal que nos regra e organiza, limpa e purifica.
Na ordem natural das coisas, temos nossa menarca, depois ao longo da vida fértil podemos ou não gestar e parir, e nos parece garantido que teremos anos e anos de menstruação em menstruação até que um dia esse sangue se despeça de nós no processo da menopausa. E como fica para nós que temos um corte súbito desse processo? Cujo sangue é forçosamente parado com a retirada do útero? Como vivemos esta passagem, este limbo, muitas vezes ainda bem jovens?

Na espiritualidade feminina, aprendemos que há três faces da Deusa: Donzela, Mãe e Anciã. E onde nos enquadramos nós que ainda não somos as Velhas Sábias pós-menopausa, mas também não temos mais a experiência cíclica do arquétipo da Mãe? Que tipo de Mulheres Sábias poderemos ser?
Somos talvez invisíveis socialmente na nossa dor e na nossa vivência, mas somos muitas e temos nossas particularidades. No meu caminho de vivência da sacralidade feminina iniciado há duas décadas, ainda estou tentando me encontrar e me entender energeticamente como um ser cíclico tendo perdido meus ciclos visíveis há quatro anos.
Fiz a formação de Lua Roxa com a autora DeAnna L’am em novembro de 2019, e uma das propostas que ela faz é a criação de um círculo de Lua Roxa, para mulheres na perimenopausa e menopausa, para um espaço espiritual de partilha de nossas experiências e aprendizados. O Círculo de Irmandade que eu estou começando é focado em mulheres que pararam de sangrar por terem passado por histerectomia (ou que vão passar por isso em breve), pois essa é a minha experiência, a minha vivência, e é isso que posso partilhar e trocar.
Todas as mulheres pertencem às Tendas Vermelhas, lugares onde as mais velhas podem oferecer seus dons e sabedoria às irmãs de todas as idades. Mulheres na menopausa ou que não sangram mais pertencem aos Círculos de Lua Roxa, onde como iguais, trocamos experiências ainda não vividas por aquelas que seguem menstruando.
Não precisamos viver nossas histórias de forma isolada, este círculo é um convite para um espaço de apoio, de nutrir e cultivar um coletivo de mulheres que partilham as mesmas cicatrizes.
A proposta é para um círculo mensal ou bimestral, onde nos encontramos para atividades e trocas. Como uma Ativadora Lua Roxa de Nível 1, sou apta a facilitar esta roda, mas também participarei dela, recebendo as mesmas bênçãos e curas neste espaço sagrado. Portanto, como estarei ali como igual, este círculo não tem um valor de troca. Ele é gratuito, mas vai pedir da sua energia, da sua abertura, vai exigir seu comprometimento.
Este é um chamado para você tirar um tempo para si, para se entender com suas energias e sua sacralidade dentro de um espaço espiritual de apoio entre iguais.
“Os CÍRCULOS DA LUA ROXA geralmente ocorrem em espaços compartilhados, mantidos por grupos de mulheres dedicadas, abertos a todas as mulheres de um bairro/vila/comunidade, que estão na jornada da pré-menopausa, menopausa ou pós-menopausa. São espaços onde as mulheres se reúnem apenas para ESTAR.”
Este é um convite para você co-criar este espaço comigo e com a Danielle Sales que será minha parceira na organização de nossos encontros.
DATA: 28 DE MARÇO DE 2020
Das 14h30 às 17h
Local: próximo à estação Borba Gato da linha lilás em São Paulo.
Por favor preencha a ficha de inscrição, nos contando um pouco de você. As vagas são super limitadas e você receberá o endereço do encontro ao ter sua inscrição confirmada.