Autor: Petrucia Finkler

Astróloga, psicoterapeuta, taróloga e bruxa. Multifacetada, multiétnica, politeísta e polivalente. Criadora do Conclave da Rosa e do Espinho, um conclave de bruxaria tradicional moderna.

Minha bruxaria é pagã

Quero a minha Bruxaria Tradicional sem cristianismos, por favor.

Sim, é verdade que essa vertente bebe muito da fonte da bruxaria folclórica da Europa medieval, quando era necessário ocultar práticas divergentes do padrão da Igreja pelo temor de pagar pela heresia com a própria vida.

Naquele período, como também mais tarde e em todos os territórios invadidos pelo cristianismo dos grandes senhores e senhoras, houve sincretismos e ocultamentos, práticas escondidas alternadas com idas à missa. Mas isso não é mais necessário.

Também a população frágil e oprimida, a gente comum do campo, não sabia ler nem tinha acesso a qualquer informação fora do que o padre ou alguém mais proeminente do vilarejo dizia. Portanto, nessa limitada visão de mundo, se alguém tinha alianças com espíritos do lugar, encantados e deuses nativos, isso sem dúvida era mesclado com o que era incutido pelos sabedores oficiais que decidiam o que poderia ou não circular. Mas isso não é mais assim.

Hoje estou apoiada sobre os ombros nobres daquelas e daqueles que lutaram pela liberdade de culto, pela disseminação de acesso ao conhecimento, pela alfabetização universal antes de mim. E se, com tudo isso ao meu dispor, em pleno século XXI, escolho compactuar com práticas do meu algoz, eu preciso ter consciência do que estou fazendo e do que minha escolha significa.

Se encontro símbolos e alianças anteriores ao monoteísmo, que me são muito mais fortes e correm no meu sangue bruxo, por que diabos eu teria necessidade de recorrer ou me utilizar de instrumentos justamente da religião que sempre teve como objetivo subjugar mulheres e fêmeas a seres de segunda categoria?

Claro, para muitos homens essa questão nem chega, pois estão se utilizando e brincando de subverter símbolos de uma fé que os eleva em poder sobre tudo e todas. É realmente confortável. Deve ser libertador, eu diria.

Mas cada vez que alguém que tem conhecimento e escolha faz menção, seja bonitinha ou atrevida, a santos ou crucifixos em altares fotogênicos, uma mulher bruxa suspira e engole em seco.

Claro que existe bruxaria cristã, mas ela não me interessa. Quero a minha bruxaria animista e bem pagã. É daí que vem minha força. Não quero compactuar, com um soprinho que seja, entregando energia para egrégora que foi constituída em cima do desejo de me destruir.

Escolher passar pano para a Igreja e usar dos mesmos termos e símbolos, sendo que hoje não é necessário fazer isso, é usar a sua consciência e poder para fortalecer o establishment, é reforçar a filosofia de tudo que nos agride desde que inventaram.

Quem faz mix com catolicismo e acha ótimo, vá em frente. Encontre o que te faz vibrar com teu Sagrado. Mas… fico na utopia de imaginar que lindo seria se mais gente tivesse coragem real de abandonar a fé do colonizador-conquistador que dizima e escraviza corpos, mentes e almas.

Diante do Panteão romano, um dos meus lugares favoritos no mundo. Mais uma edificação de eras e credos anteriores que de templo romano se transformou em igreja, ainda que o nome da diocese não seja muito lembrado nos guias turísticos.

Nova turma de formação mágica

Estou ainda um pouco embasbacada de perceber que esta será a décima-segunda turma deste processo de aprendizado e prática de magia que ofereço desde 2015.

Esta é a quarta versão, remodelada no pós-pandemia. Na pandemia tudo ficou 100% online, e decidi manter nesse formato, mas mexi um pouco aqui e ali na ordem das coisas, e adicionei duas oportunidades de encontros presenciais para quem puder ou quiser comparecer e treinar técnicas mais intermediárias e avançadas.

Percebo com meus alunos que muito se fala e pouco se faz em termos de treinos reais para desenvolvimento de percepções. O curso que ofereço foca justamente nisso, no desenvolvimento dos seus talentos de percepção sutil, contato com outros planos e aprender a confiar de fato naquilo que você vê, sente, escuta ou recebe.

A primeira parte é dedicada aos fundamentos, a partir do sexto mês nos voltamos para a Bruxaria Tradicional (e Tradicional Moderna), porém o tempo todo a visão animista e politeísta permeia tudo que é apresentado e discutido com o grupo.

Para ter acesso a todas as informações, datas, valores e também a ficha de inscrição, acesse aqui.

Inscrições abertas para curso de magia

Adoro ensinar!! Demorei a me aperceber disso, mas é uma grande verdade a meu respeito. Desde 2015 tenho a alegria de ensinar magia através do meu clã, o Conclave da Rosa e do Espinho. Em fevereiro de 2023 estou começando a décima-primeira turma, na versão 3.0 do curso: online com a opção de dois encontros presenciais em São Paulo.

É uma honra poder compartilhar saberes e contribuir com a caminhada de cada pessoa que se junta a mim para esta jornada.

Esta é uma formação que dá lastro para você seguir seu caminho mágico seja ele qual for. No entanto, há muitos momentos em que focamos mais diretamente em práticas e teorias relacionadas à vertente que hoje chamamos de Bruxaria Tradicional Moderna.

O programa é dividido em três módulos:

Quatro Saberes, com foco nos quatro elementos, abrangendo entendimentos mágicos do mundo, energia em ação, cura e percepção sutil, feitiçaria.

Entremundos, uma transição entre a parte mais ampla da magia ocidental e o caminho da bruxaria tradicional. Aqui trabalhamos psicometria, deuses e entidades.

Bruxaria Tradicional Moderna, defesa psíquica, transes, ferramentas, conceito dos mundos, cosmologia bruxa e um mergulho nas práticas extáticas dessa vertente.

Para saber mais detalhes e se inscrever visite https://forms.gle/vFYuUVamijANY33E6

Nosso aliado, o tambor

Uma das práticas mais antigas espirituais e culturais da espécie humana é produzir ritmos em um tambor. Especula-se que o primeiro tambor teria sido um tronco oco de uma árvore, e os primeiros ritmos produzidos, seriam o som das batidas do coração. Esse som é absolutamente reconfortante porque é o primeiro som que ouvimos, ainda no útero de nossas mães.

A união do espírito vegetal (madeira) com o animal (couro) e os efeitos dos sons produzidos no instrumento podem trazer inúmeros benefícios também para nossa sociedade exausta de trabalho e vazio de sentido. Pesquisadores apresentaram uma teoria no periódico Frontiers of Psychology sobre a natureza humana da música. Eles defendem que “nossa habilidade de criar e apreciar música está no centro do que significa ser humano”.

Pitágoras teria sido o primeiro a mencionar a música como algo curativo, mas técnicos de cura pelo som (sound healing) comprovam até hoje o quanto o ritmo pode curar a psique. A batida xamânica que fica entre 4 e 7 batidas por segundo é capaz de alterar as ondas cerebrais e, portanto, os estados de consciência. O som permeia ambos os hemisférios e equilibra o cérebro como um todo – o que é super difícil de conseguir na nossa louca vida contemporânea.

Além de autores como Michael Winkelman, que fala da ecologia neural da consciência e sua relação com a cura, explicarem que o tambor sincroniza as estruturas cerebrais e produz sentimentos de entendimento, integração, certeza e segurança que persistem mesmo depois da experiência sonora, neurologistas vêm estudando os benefícios dessa prática para a saúde. Alguns resultados mostram que participantes de rodas de tambor aumentam suas células T de defesa, que combatem vírus e câncer, e que também têm seus níveis de inflamação reduzidos. Outros benefícios que vêm sendo estudados seria na recuperação de pacientes com Parkinson ou que sofreram AVC.

O grande benefício que a gente sente imediatamente é o quanto essa ferramenta nos possibilita acordar para nosso interior. E esse é o maior presente para quem busca paz e conexão com o Sagrado. Sentir as vibrações das batidas em um djembe, bodhrán, bombo, tabla, taiko ou lakota acorda algo muito ancestral em nós, um reconhecimento que pode alimentar a alma e nos abrir para experiências não só de conforto e pertencimento a esta Terra, mas de transcendência e contato com outros planos.

Oportunidades de cursos

Astrologia, evento internacional com mais de 90 palestrantes de todo o mundo e início de nova turma da Formação Mágica.

14/7 – Início nova turma de “Astrologia para Bruxos”

Local: online via Zoom.  Investimento: R$380 no pix ou $420 parcelado no cartão. 

Duração: 6 encontros quinzenais, às quintas-feiras das 19h30 às 21h30. 

 Um curso rápido  para quem deseja começar a entender de mapas astrológicos, relações astronômicas com os sabás, magia planetária e a identificar poder bruxo nos mapas. 
Inscreva-se e veja todas as informações no link.

WitchsFest Online – 14 a 17 Julho

Evento de Nova York realizado online com mais de 90 palestras com autores de renome de diversos países. 

WORKSHOP FRIDAY: Alliances with the Gods

​Confira tudo que estão preparando e faça sua inscrição pelo site do evento. 

Início da nova turma de formação mágica

Local: online  com encontro opcional presencial.  Investimento: R$180 ao mês. Duração: 9 meses

Uma jornada de nove meses de mergulho no universo da magia sob o viés predominante da Bruxaria Tradicional.

Para saber mais clique aqui. 

Inscrições até 20/7/22

Reflexões que vêm do budismo

“A única diferença entre nós e um buda é que os budas se importam com os outros e nós só nos importamos conosco.” Lama Tsering

Frequentei algumas vezes, há muitos anos, o templo Odsal Ling nos arredores de São Paulo para ouvir os ensinamentos da Lama Tsering. Pois fuçando em cadernetas antigas, encontrei anotações preciosas e partilho essas reflexões aqui.

Perceber-se como “eu” é um hábito que formamos, é instintivo e serve para autopreservação. Percebemos o mundo através do filtro das nossas mentes.

Chamamos isso de “natural”, mas isso não é natural. Natural é o ritmo da Terra, mas a verdadeira naturalidade essencial está além, além da terra, é o natural do absoluto. Nesse absoluto, entendemos que o todo é na verdade vacuidade, o vazio.

O vazio é o grande denominador de todas as coisas.  (E aqui lembro da física, que demonstra que o átomo é composto em sua maior parte por espaços vazios)

Para o budismo, a sabedoria é algo muito difícil de se alcançar porque vai contra o instinto. Leva a uma equanimidade, a um preenchimento e à iluminação. Pode parecer uma mesmice, onde não há grandes emoções, mas é a resposta.

Nos identificamos com nossos pensamentos, que rodam incessantemente e disparam diferente emoções e memórias em nós, mas não conhecemos a vastidão do oceano mental. Esse oceano é que se conecta com o todo, com o absoluto.

Esse é o estado que alcançamos durante a meditação – quando esvaziamos a mente (e por isso é tão fundamental essa prática na bruxaria, e na verdade para todo mundo).

Enquanto isso, “seres senscientes estão sendo arrebentados pelo tufão de suas mentes.”

Precisamos nos abrir para incluir todos os seres em nossos corações, não estamos acima dos outros seres vivos na grande teia. A grande prece budista é que todos os seres possam encontrar a completude e aliviar o sofrimento. Para isso meditamos e trabalhamos. Dessa compreensão maior, vem a compaixão e as boas ações.

Precisamos antes de tudo acalmar o mar da mente.

A importância da audácia

Viver uma nova fé exige de nós um passo fundamental, podemos entendê-lo como uma grande ousadia, uma coragem de nos jogar inteiramente em algo novo, sem garantias de que isso dará certo. Ousar é algo tão importante que é um dos pilares da magia.

Quando buscamos uma nova fé, decididos por nos afastar dos conceitos e dogmas monoteístas, precisamos entender que é necessário encontrar símbolos, práticas e uma cosmologia que possam entrar fundo na nossa psique para substituir a religião anterior. Isso também vale para os que já se diziam não praticantes, mas cresceram em famílias que frequentavam alguma igreja. Aliás, talvez isso valha para todos nós.

Nossa cultura está imersa na mitologia judaico-cristã, na ideia de um deus que é uma força paterna e masculina criadora e punitiva, e mesmo que a gente rejeite seus símbolos (a cruz, a bíblia, o diabo, a igreja, por exemplo), a estrutura foi absorvida de forma muito profunda, está arraigada. Podemos substituir a imagem de Deus, Jeová ou Alá por Buda, Marx, Freud, Jung, Einstein, Nietsche, ou qualquer outro profeta ou grande pensador (homem) que a gente endeuse, e a estrutura de entender a força e o logos masculino como mais divinos e superiores permanece intacta e alimentando o desequilíbrio que vivemos. Transformar isso em nós exige perseverança.

Essa busca exige pesquisa e estudo, mas se não houver uma troca verdadeira, um encontro da alma com novos símbolos que acordem algo profundo em nós, um novo entendimento e conexão com o que chamamos de Sagrado, no primeiro instante em que a coisa aperta, vamos nos refugiar exatamente no território conhecido previamente. É no encontro com nossa fragilidade, com nossa insegurança diante do destino e das circunstâncias, que pedimos socorro a forças numinosas que entendemos terem o poder de interferir de alguma forma a nosso favor. E esse grito de socorro vem de forma muito visceral, pois parte de um medo muito grande, e aprendemos quando pequenos que, quando temos um medo muito grande, a gente chama pela mãe ou pelo pai – nossos primeiros deuses talvez. Ou seja, os sistemas de símbolos precisam ser substituídos, não apenas rejeitados, do contrário “nos momentos de crise, confusão ou derrota, a mente regressará para estruturas conhecidas”, como diz Carol Christ em Womanspirit Rising, livro de 1979.

***

Eu fui criada agnóstica, mas sempre demonstrei interesse por espiritualidade, embora isso não fosse estimulado na minha família. Por vontade própria acabei indo para a igreja católica, afinal eu não conhecia muita coisa e aquela opção estava prontamente disponível para um contato com algo sagrado. Escolhi ser batizada, e isso ocorreu quando eu tinha 13 anos. Mas por ali mesmo eu já lia muita coisa esotérica, estava ligada no movimento New Age, e, em seguida comecei uma busca pelo ocultismo. Isso foi em 1987, 1988, junto da famosa convergência harmônica* que se manifestou nos céus.

Mesmo caminhando no ocultismo e aprendendo mais adiante sobre xamanismo sul-americano que tem Pachamama como Deusa, eu seguia não sabendo direito para quem rezar quando precisava de ajuda do plano espiritual. Quando me entendi pagã, passei a cultuar a Deusa, mas ainda assim usei por muito tempo a ideia de consciência cósmica, energias divinas, passei para a Grande Mãe, e por aí vai. Mas os novos conceitos e símbolos demoraram a encaixar de forma inabalável.

Foi só a partir de 2003 que encontrei um nome divino para me alinhar. Uma força numinosa que entendi ser uma mãe divina para mim, a quem me dediquei e a quem sabia que poderia recorrer. E, ainda assim, a primeira vez em que me senti verdadeiramente vulnerável e correndo um grande perigo e rezei fervorosamente para Sekhmet pedindo ajuda, me senti muito estranha – como se estivesse cometendo algum tipo de pecado, ou arriscando não receber ajuda nenhuma pois não estava pedindo ao meu antigo deus, meu conhecido para quem tantos Pai Nosso eu rezara por anos a fio. Foi um instante transformador, exigiu coragem, exigiu coragem diante de uma tremenda adversidade que eu estava atravessando, um instante em que precisei me sentir acompanhada por algo maior e pedi a uma divindade muito antiga, mas nada ortodoxa para os nossos tempos.

E a partir dali ficou fácil. A substituição foi realmente feita, e eu me soube politeísta no meu cerne, nas profundezas do meu ser.

Então saiba que esse processo pode levar muito tempo, e vai exigir muita audácia da sua parte. Não é fácil romper com algo que nos é ensinado por todos os lados desde a infância e toda uma cultura na qual estamos mergulhados, mas uma vez feito isso, nossa libertação tem um sabor maravilhoso e inigualável.

Nem todo mundo tem necessidade de trocar de fé, mas para aqueles que têm, alinhar sua religiosidade verdadeiramente com os desejos da alma é um sentimento de estar em casa, encontrar seu lugar.

*a convergência harmônica foi um alinhamento astrológico que ocorreu em agosto de 1987 que muitos entendem como um momento em que propiciou o despertar espiritual de um número muito grande de pessoas.

Signos na cúspide

Quem nasce na virada de um signo para outro pode agregar características dos dois.

Você conhece alguém que a vida inteira acreditou que era de um determinado signo, mas descobriu ser na verdade de outro? É um grande choque, e acontece muito mais vezes do que imaginamos. Isso ocorre quando a pessoa nasce nos dias em que a troca de signo ocorre, o que chamamos de “cúspide” em astrologuês. Fui chamada para ser fonte de uma matéria sobre esse tema e segue abaixo o resultado.

**conteúdo publicado originalmente no site Universa Uol em 02/03/2022

“Com raras exceções, praticamente todo mundo conhece o próprio signo solar, atrelado à data de nascimento. Entretanto, quem veio ao mundo perto ou na data convencionada como fim do período pode não se identificar 100% com as características propagadas para seu grupo zodiacal. Mais: é possível até se surpreender ao descobrir que seu signo é outro. Foi o que aconteceu há pouco tempo, por exemplo, com a apresentadora e influencer Thaynara OG. Convidada para participar do programa “Jornada Astral”, comandado por Angélica na HBO Max, ela teve seu mapa astral analisado por uma astróloga e se surpreendeu com a revelação.

Thaynara, que sempre comentava ser uma piscina incondicional, descobriu que seu real signo é Áries, mesmo tendo nascido em 20 de março, data estipulada como último dia de Peixes. Virada de signos Para entender o que acontece com a apresentadora e a dinâmica astrológica, é preciso incluir geometria na discussão: a mandala (ou roda) zodiacal tem 360 graus. Cada um dos doze signos ocupa 30 graus, que vão do 0 até o 29. Quando alguém nasce no último dia, significa que tem o Sol aos 29 graus daquele signo em questão.

Vale lembrar ainda que o Sol viaja ao longo do ano por essa divisão celeste, andando, em média, um grau por dia – ou seja, cerca de trinta dias para cada signo. Mas se a roda astrológica tem 360 graus e o ano, 365 dias, dizer que Sol anda um grau por dia no zodíaco é uma aproximação que foi adotada (quase) como regra. “Não existe data fixa da troca de signos, pois quem determina o signo é o Sol e o movimento do Sol é calculado pela astronomia. O Sol, em geral, entra antes ou depois da data que nós, humanos, marcamos genericamente, pois seu ritmo não é exato nas 24 horas”, frisa Petrucia Finkler, astróloga, taróloga e psicoterapeuta.

É por isso, inclusive, que existe o ano bissexto a cada quatro anos, com seus 366 dias, que visam aproximar o calendário ao movimento de translação da Terra – a volta do planeta em torno do Sol dura 365 dias e cerca de 6 horas. Datas aproximadas Petrucia salienta não ser possível confiar em datas fixas divulgadas como regras. “Todo mundo que nasceu perto de um dia 20 de qualquer mês precisa consultar um astrólogo, ou sites online que fazem gratuitamente o mapa astrológico ou tabelas chamadas de efemérides (também disponibilizadas online ou em aplicativos) para saber exatamente em que signo o Sol estava no dia e no horário em que nasceu, a partir de cálculos astronômicos”, ressalta.

Como exemplos, ela cita que, em 2022, o Sol entrou em Aquário às 23h39 do dia 19 de janeiro (a convenção aponta 20 de janeiro), vai entrar em Peixes às 13h43 de 18 de fevereiro (signo que tem início estipulado para dia 19 de fevereiro) e Áries no dia 20 de março, às 12h33 (o “padrão” é dia 21 de março). “Ou seja, não há como adivinhar; é preciso recorrer à informação precisa”, frisa Petrucia. Nascer na cúspide O termo pode soar estranho, mas é importante no dicionário astrológico. Cúspide é a definição da linha divisória entre os signos no céu e, também, entre as casas astrológicas em um mapa astral. É o que demarca o fim de um signo (ou casa) e o início de outro.

Assim, quem nasce nos três últimos dias de um signo, considera-se que tenha vindo ao mundo na “cúspide”, pois está na linha divisória, com energia prestes a mudar. E quando o nascimento ocorre na cúspide, é possível que a pessoa apresente características do próximo representante do zodíaco. “Imagine que a cúspide seja a porta que divide dois cômodos. Quem vem caminhando e avista a porta aberta, já vê um pouco da próxima sala e começa a sentir uma antecipação do que está por vir. A cada passo, fica mais próximo do ambiente seguinte. É mais ou menos assim”, ilustra Petrucia Finkler.

Considerando tal cenário, a especialista conta, a seguir, que tipo de características pode ser absorvidas do signo seguinte, quando alguém nasce na cúspide de um signo.

Cúspide de Áries-Touro: O nascido no final do signo de Áries ganha cores de Touro e, em vez da famosa inquietude ariana, pode acabar curtindo mais uma preguiça. Ainda mantém a tendência de abandonar o que começa por conta de puro tédio, mas pode conseguuir colocar nas suas tarefas perseverança e mais paciência para ir até o final.

Cúspide de Touro-Gêmeos: Quem nasce no finalzinho do sensual e físico Touro já avista as tendências do mental e curioso Gêmeos. Assim, pode se revelar um taurino com fome de conhecimento, que acumula livros e consegue mergulhar em mais de um título ao mesmo tempo. Essa combinação igualmente tende a dar um tom multitarefa a quem normalmente é mais focado a fazer uma coisa de cada vez.

Cúspide de Gêmeos-Câncer: Gêmeos é conhecido por não parar quieto, mas se o nativo veio ao mundo bem no finzinho do signo, pode gostar de programas mais caseiros e ser um pouco mais reservado na sua expressão verbal – características de Câncer, o signo seguinte.

Cúspide de Câncer-Leão: O canceriano, de modo geral, se sente desconfortável com os holofotes, muito pela insegurança em chamar a atenção. Porém, se a pessoa nasce nos últimos dias de Câncer, pode ter influências de Leão e apresentar maior facilidade para ocupar espaços de foco público e ser até mais ousada na forma de se vestir ou se expressar.

Cúspide de Leão-Virgem: Este leonino, por estar tão próximo do signo ligado ao método e à organização, acaba sendo agraciado com um perfil planejador. Ele não dá ponto sem nó: tem o cuidado de fazer tudo passo a passo, com atenção a detalhes, sem o tanto da pressa típica do signo original, que é ligado ao elemento Fogo.

Cúspide de Virgem-Libra: O nativo de Virgem sente necessidade de fazer sempre o seu melhor e acaba cobrando dos outros a mesma excelência. Quando nasce tão perto de Libra, incorpora ao seu comportamento um maior tato e diplomacia no relacionamento com os outros. Desta forma, passa a mensagem de forma mais delicada e amigável.

Cúspide de Libra-Escorpião: Libra é um signo do elemento Ar, que valoriza muito a parceria e a amizade e tende a botar panos quentes em situações potencialmente desagradáveis, tentando evitar conflitos. Porém, quem nasce nos três últimos dias do signo costuma ter mais disposição para o enfrentamento e a batalha, além de mais dificuldade em passar por cima de algo que tenha lhe prejudicado, por conta da proximidade com o Escorpião.

Cúspide de Escorpião-Sagitário: O escorpiano não é famoso pelo bom humor – com ele, tudo é meio sério ou ácido. Mas a proximidade de Sagitário pode deixá-lo mais divertido, leve e piadista. Outro ponto positivo que se observa é o otimismo, característico do Sagitário. A desconfiança exagerada carregada por Escorpião também é minimizada.

Cúspide de Sagitário-Capricórnio: O sagitariano sonha grande, da mesma forma que seu sucessor. Capricórnio, entretanto, idealiza com os pés no chão, criando um plano prático de chegar ao seu objetivo. Nascer nos últimos dias de Sagitário confere ainda mais capacidade de realização ao signo que tem confiança na vida e ares de bonachão. Mas também empresta um tom de seriedade e credibilidade do signo seguinte, aliado à vontade de arregaçar as mangas e trabalhar.

Cúspide de Capricórnio-Aquário: Quem nasceu nos três últimos dias do Capricórnio tem como característica ser menos turrão ao manter o tradicionalismo do signo. Aquário, logo ali na curva, acena com desejo de experimentar mais novidades ligadas ao futuro, assim como tem maior abertura para novas tecnologias e modos criativos de fazer as coisas. Só uma característica não muda em ambos os signos: a teimosia.

Cúspide de Aquário-Peixes: Quem nasce na rabeira de Aquário ganha em socialização também pelo signo vizinho. É aquele amigo de todo mundo, que conhece gente na fila do caixa, no balcão do café ou no grupo do bairro no Facebook. É um aquariano ainda mais absorto e despreocupado, que só precisa dar atenção na confiança exagerada na bondade alheia, algo que o Peixes faz sem pensar.

Cúspide de Peixes-Áries: A pessoa que nasce nos últimos dias de Peixes recebe respingos arianos e acaba manifestando menos a passividade habitual de um pisciano do meio do mês. Consegue conduzir mais frentes, botar a cara a tapa e tomar iniciativas diferentes. Sem contar que adquire um ar mais irritadinho, fica menos de boa, como se espera de Peixes.”

Fogos Sagrados de Hekate

Na noite de 26 de maio deste ano, vou conduzir mais uma vez um rito público para celebrar os Fogos Sagrados de Hekate (Hekate Her Sacred Fires). Esse é um movimento mundial que nasceu em 2010, sob inspiração e chamado da própria Deusa, a que a autora Sorita D’Este prontamente teve de atender.

Desde 2016 ofereço o rito com a participação do meu clã, o Conclave da Rosa e do Espinho. Desde 2020, o evento vem sendo feito de maneira virtual, através do Zoom.

Caso vc deseje participar, entre no link do formulário, onde vai encontrar mais informações.

Seja bem vindo e bem vinda!!

Hecate, Senhora dos Caminhos

Ó Hecate, senhora dos caminhos

Vinde a nosso reino

E permitais que toquemos o vosso

Ó Hecate, senhora dos caminhos

Escuta as preces e honrarias

De teus filhos e teus amigos

Ó Hecate, senhora dos caminhos

Abre as portas do conhecimento

De nós mesmos e de nossa luz interna

Ó Hecate, senhora dos caminhos

Com tuas tochas, orienta e ilumina os passos trôpegos

De nossas vestes e nossas mentes mortais

Ó Hecate, senhora dos caminhos

Acordai em nós a fagulha divina

Para que despertemos ao nosso propósito sagrado

Ó Hecate, senhora dos caminhos

Desvelai nossas sombras aos nossos olhos

Para que possamos trazê-las à luz.

Ó Hecate, senhora dos caminhos

Vós que sois senhora dos três mundos

Ensinai-nos a transitar por onde nosso eu estelar nos guia

Ó Hecate, senhora dos caminhos

Dai nos tuas trevas e

Dai nos tua luz

(Chamado poético escrito de forma inspirada para o ritual dos Fogos Sagrados de Hekate em 2017. )